ECOmAGENTE - Visita ao primeiro programa de Coleta Seletiva do Brasil.

Na fria manhã de sábado, dia 18 de maio, tivemos mais um encontro animado do ECOmAGENTE. Desta vez, para aprofundar detalhes sobre a coleta seletiva: principais dificuldades e equívocos. Aproveitamos, ainda, para conhecer o primeiro programa de coleta seletiva do Brasil – Centro Comunitário de São Francisco (CCSF), fundado em 1985, no bairro de São Francisco, em um terreno bem próximo à Escola Duque de Caxias – Grota, Niterói.
Começamos as atividades com uma revisão prática do conceito dos 3Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Procuramos enfatizar a importância da redução do lixo, através do uso de copos permanentes e sacolas reutilizáveis em vez dos descartáveis. Sobre a reutilização, abordamos as possibilidades de artesanato e outros usos para os materiais; e sobre a reciclagem, abordamos o processo industrial e de grande escala.


Apresentamos o “desembrulhando o lixo”, uma dinâmica que tem o objetivo de interagir com os participantes, simulando o lixo doméstico e as possibilidades de segregá-lo para a coleta seletiva. Desta forma, evidenciamos como o volume e peso do lixo podem ser reduzidos se houver uma destinação correta, ao contrário dos materiais misturados e destinados apenas em um único saco de lixo comum. Para tanto, primeiro separamos dois coletores, um para o lixo comum (não reciclável) e outro para o material seco (reciclável). Então, colocamos no lixo comum os restos de frutas que poderiam ir para a composteira doméstica, desenvolvida no último encontro.
O material seco (reciclável) foi separado de acordo com a matéria prima: papel, plástico e metal - não houve vidro na atividade para evitar acidente. Na análise do material surgiram dúvidas sobre alguns objetos, tais como pilhas, placa eletrônica e aerossol (desodorante). Esses materiais poderiam ser destinados como metal?; Copos descartáveis, embalagens de biscoito e bala, pasta e escova de dente, isopor, espuma, além de outras embalagens plásticas, poderiam ser reciclados como plásticos?; E guardanapos, seriam destinados como papel?


 

Destacamos que os materiais eletrônicos, incluindo pilhas e baterias, são resíduos perigosos e jamais deveriam ser destinados no lixo comum. Também não podem ser destinados como metais na coleta seletiva. Sugerimos que esses materiais sejam separados e entregues em um posto de coleta como, por exemplo, os papa pilhas em bancos e shoppings e as cooperativas de coleta de eletrônicos. Em Niterói, a COOPCANIT é uma dessas cooperativas que recebe e destina corretamente o material eletrônico.

Contato COOPCANIT para recolher lixo eletrônico em Niterói –
End: Rua Padre Anchieta n°72, Centro – Niterói; 
Contato: Reinaldo Silva de Abreu; Fone: 21-78580823


As outras dúvidas, em relação aos plásticos e aerossol, deixamos para sana-las na visita ao galpão de coleta seletiva - CCSF  . Quanto ao guardanapo, esclarecemos que não pode ser destinado para a reciclagem como papel, e sim como orgânico e compostavel. 



Durante visita ao galpão de coleta seletiva, fomos guiados pelo Professor Emílio, que esclareceu sobre o funcionamento e contou um pouco da história deste que foi o primeiro programa de coleta seletiva do Brasil e que funciona desde 1985 em Niterói. 



Relatou que tem forte motivação para resgatar a proposta da coleta seletiva na comunidade da Grota e inclusive na E.E.Duque de Caxias, interrompida no passado devido a um conjunto de limitações, desde a falta de cooperação da população a problemas logísticos operacionais. Atualmente o CCSF está sendo reestruturado, com apoio da CLIN e poderá atender a comunidade da Grota, ainda que somente na parte operacional, mas, para isso, é necessário que haja campanhas educativas para esclarecer e mobilizar a população.

Link com mais informações sobre a coleta seletiva em São Francisco - CCSF



 

Aproveitamos a visita para tirar as dúvidas sobre os materiais plásticos, entre outros. Foi esclarecido que o aerossol de alumino (embalagens de desodorante) pode ser encaminhado como metal (alumínio). Quanto aos plásticos como isopor, espuma, copos e talheres descartáveis, não tem valor econômico para a coleta seletiva e quando recebem destinam para o lixo comum. Escovas e pastas de dente, copos (guaravita, matte, etc),embalagens de iogurte (danoninho,Yakult, etc), além de pedaços plásticos duros (cano pvc, conduites, etc) podem ser segregados como plásticos duros, mas têm baixo valor ecônomico. Destacou que não há necessidade dessas embalagens serem lavadas com água, apenas serem retirados os resíduos de alimento e/ou bebidas. Os sacos plástico (supermercado e etc)  de todas as cores,  bem como o plástico filme (usado para alimentos) também podem ser separados para coleta seletiva.




Foi pontuado que as embalagens de biscoito, barrinha, etc (brilhantes com camada prateada), não tem valor como plástico, mas por possuírem uma porcentagem de metais podem ser acumuladas, junto com papel alumínio e embalagens de quentinha (metálicas) e colocadas dentro de qualquer lata metálica (leite em pó, enlatados, etc) que terão valor como metais. Esclareceu que no processo industrial da reciclagem dos metais ferrosos (latas, latões, etc) essas embalagens não interferirão, diferente no caso das latas de alumínio. No final o professor ainda disponibilizou alguns quadros recolhidos para que, se tivessem interesse, deixassem na escola. 





Para encerrar o encontro fizemos um lanche para celebrar também o aniversário da aluna mais nova, Milena, que completou 15 nos e está super motivada com as atividades. No final separamos as cascas de fruta e destinamos na composteira (minhocaixa) que montamos na escola.

Mais fotos no Link: Fotos ECOmAGENTE Coleta seletiva


Contribuição:
Vinícius Palermo
Maio 2013
_________

ECOmAGENTE - Estimulo a hortas urbanas e uso de composteiras


Sábado, 11 de maio realizamos o terceiro módulo do curso de formação EcomAgente abordando o tema das práticas domésticas em Produção de Adubo (compostagem) e Cultivos em Hortas Verticais. Ao todo fomos 15 participantes.



A inspiração...    A atividade tem seu início com a exibição de um vídeo reprise do Programa Globo Rural trazendo a experiência de como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de forma simples e eficiente, vem transformando em adubo cerca de 2,5 toneladas de lixo orgânico gerados diariamente em seu campus principal.
A iniciativa que nasce de um grupo de alunos e professores da Faculdade de Agronomia consiste em coletar diariamente restos de comidas, cascas de frutas e legumes nas lanchonetes e restaurantes além de aparas de grama e folha da varrição, serragem,  cama de aviário, entre outros;  e direcioná-los e processá-los através do método da compostagem em pilhas estáticas.  

A conversa...    “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Partimos do princípio que tudo o que é orgânico é compostável, ou seja, pode transformar-se em terra (adubo) útil ao crescimento das plantas.  
Os amplos benefícios da compostagem para a gestão de resíduos orgânicos incluem a produção de adubos orgânicos, prolongamento da vida útil de aterros sanitários e redução das emissões de metano pela disposição de resíduos, entre outros impactos ambientais.
Para que a prática da compostagem não se torne um infortúnio na vida das pessoas é importante considerar alguns pontos. Deve ser conduzida em local seco e arejado, devidamente cercado e sombreado, com estoque permanente de material rico em carbono (palhada) e assistido de perto por um responsável treinado para a manutenção do sistema.  
Constatamos que o ambiente escolar ainda não provia tais condições e discutimos os possíveis riscos de trabalhar com restos de comida preparada, carnes e ossos: provocam mau-cheiro e atraem vetores de doenças.
Desta forma o cultivo experimental de minhocas é apresentado como ponto de partida na meta de alcançar a totalidade no manejo dos resíduos orgânicos do ambiente escolar e depois da comunidade da Grota. Consideramos suas restrições: acrescentar qualquer tipo de carne, óleos e derivados do leite, fezes, alimentos preparados e frutas cítricas em excesso.
  


A prática...    Depois de um lanche com diferentes frutas (maça, caqui, abacaxi e banana), restos aproveitáveis reunidos num balde e mão na massa no experimento do minhocário em caixas empilhadas. Lembrando que o processo se inicia na caixa superior: uma primeira cama de palhada, coberta por terra preparada e minhocas, acima leve camada de palha e em seguida, os restos alimentares.  Sempre sem esquecer de cobri-los com palhada, revirar ao terceiro dia e logo que completá-la, inverter com a caixa do meio. Ok?
Como sabemos, o resultado deste experimento é o adubo orgânico útil no cultivo de plantas. No entanto, morando em grandes cidades estamos na maior parte dos casos restrito ao espaço reduzido e a pisos pavimentados. Daí a proposta do cultivo em hortas verticais.







A horta em varal é apresentada então como alternativa para o cultivo experimental na escola e assim realizamos a montagem e o plantio de verduras, aromáticas e condimentos nessa horta construída sob tubos de PVC. Lembrando alguns pontos salientados: drenagem com pedrisco na base, regas diárias e mantendo sempre a terra coberta com palhada. Como na floresta, certo?

Por: Samuel Autran (Voluntário/IAM-Proj. Grael)
12 de maio de 2013.

Caminhada na Grota ECOmAgente (segundo encontro)

Sábado, dia 04/05/2013, ocorreu o segundo módulo do Projeto-Piloto EcomAgente abordando a temática dos resíduos sólidos. Compareceram 25 pessoas.


Para conhecer melhor a região, suas belezas e fragilidades, o dia iniciou com uma caminhada guiada por membros da comunidade e agentes de saúde. Durante este período conversamos sobre o potencial do local, vivências, ideias e projetos.


A atividade permitiu constatar problemas relacionados ao canal a exemplo de despejo de esgoto doméstico, vazamento de água tratada da rua, disposição inadequada de resíduos, contensões destruídas, bem como construções irregulares sobre seu leito.

 

A equipe, acompanhando o córrego, subiu um pequeno morro, sentiu o frescor da mata, mas acabou encontrando um belo riacho encoberto por lixo. Houve um sentimento de decepção quanto a situação do local – um local tão bonito! Podíamos estar aproveitando – interou uma moradora. Os agentes de saude que conhecem bem o local, por causa das vistorias rotineiras, relataram que já ocorreram mutirões de limpeza com equipe da CLIN, porem a sujeira sempre volta.





Decidido o rumo, Pedra da Lagoa, seguimos por asfalto até subir uma ruela entreposta por casas e um belo paredão de rocha, a própria Pedra. Além da lagoa, antiga atração segundo moradores mais antigos, mas que hoje está preenchida com lixo. O topo da pedra propicia um belo horizonte, permitindo ver o forte e um pouco da enseada. O local também poderia servir como primeiro contato com atividades de montanhismo, escalada e rapel.

 





Após a caminhada fizemos o lanche, posteriormente houve a exibição do vídeo “A Ilha das Flores” que foi seguida de um Fórum.




O Fórum trabalhou dentro da questão dos resíduos sólidos, sua disposição, transporte e destinação, bem como interesses e possibilidades circundantes à temática, servindo como ferramenta para uma governança participativa. Neste contexto foi perceptível a boa capacidade de julgamento e também a boa vontade e disposição dos presentes.

No próximo encontro, sábado, dia 11 de maio, será aprofundado o tema sobre o uso de composteiras.




Contribuição:
Lucas Sielski e Vinícius Palermo
maio 2013
________