Projeto “Mar de lixo não tem peixe”, mostra a importância de se deixar de poluir as águas do mar. Desafio é conscientizar população e as novas gerações sobre a preservação da baía
Conscientizar as futuras gerações para a preservação da Baía de Guanabara é o objetivo da campanha “Mar de lixo não tem peixe”, do Instituto Baía de Guanabara (IBG). Na manhã da última quinta-feira, oficinas e exposições foram abertas para a população que passou pela estação das Barcas de Charitas. No ponto alto do encontro, crianças de escolas públicas e dos programas assistidos pelos parceiros do IBG deitaram na areia e formaram com os próprios corpos a imagem do lema da campanha.
“A Baía é um símbolo do país, do Rio de Janeiro e de Niterói, mas ela sofre com essa grande população que vive ao seu redor. O desafio da campanha é conscientizar as pessoas, não apenas a limpar, mas também a deixar de poluir. E quanto mais crianças nós alcançarmos, melhor será para conscientizar essa e as futuras gerações”, comenta a presidente do IBC, Dora Hees de Negreiros.
Cercada por 16 municípios, onde moram quase 10 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é onde desembocam rios poluídos como o Sarapuí, Iguaçu, Alcântara e Bomba. O evento foi realizado um dia depois da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
“Eventos como esse estimulam a sociedade e fazem com que os jovens se sintam integrados à Rio+20. Você tem hoje nos oceanos verdadeiras ilhas formadas de lixo”, comenta Axel Grael, presidente do projeto Grael, que oferece cursos para crianças no ramo dos esportes náuticos, além de ensino profissionalizante e ambiental. Axel é irmão dos medalhistas olímpicos Torben e Lars Grael.
A ação é resultado de uma parceria entre o IBG, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói, Projeto Grael, Barcas S/A, Instituto Fernanda Keller, Bem Tv, Projeto MAQUA (UERJ), Faculdades Integradas Maria Thereza, Eco Clin, Ativismo e Mobilização para a Sustentabilidade, Associação de Moradores do Preventório, Artista Plástico Elias Antoine, Kzen Comunicação Visual, Eco Ampla, Músico Fábbio Campello e Escolas Públicas.
Lixo flutuante - Sanear a Baía de Guanabara é o principal desafio ambiental do Rio de Janeiro. O lixo flutuante prejudica não só a fauna marinha, mas também a navegação, que é intensa.
“Nos últimos 30 anos a gente melhorou bastante, mas não o suficiente. Não foi uma geração sozinha que a poluiu desse jeito e também não vai ser uma geração sozinha que vai salvar. A Baía vai precisar da briga das próximas gerações também”, afirma o ambientalista Vilmar Berna.
Fonte:
O FLUMINENSE
Por: Juliana Sampaio 15/06/2012
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O trabalho formiguinha que faz a diferença
RIO - Eles fazem um trabalho formiguinha, mas o resultado tem o peso de um elefante. O voluntariado é hoje uma das maiores armas contra os danos provocados na natureza pelo descarte irregular e, por vezes ilegal, de resíduos. E bons exemplos não faltam. Só o projeto Águas Limpas de coleta do lixo flutuante, desenvolvido pelo Projeto Grael, retirou das águas das enseadas do município de Niterói, entre maio de 2010 e dezembro de 2011, mais de 12 toneladas de lixo de águas fluminenses, o equivalente a dois elefantes africanos adultos (os maiores mamíferos).
Segundo o oceanógrafo Vinícius Palermo, coordenador do projeto, até mesmo pequenos objetos, como um palito de picolé, podem ser fatais para o ecossistema:
— Um desses palitos perfurou o estômago de uma ave, que retiramos morta da água.
O projeto, que começou em 2006, vem analisando o lixo descartado às margens da Baía de Guanabara. Agora, inicia uma nova fase de campanhas educativas em comunidades e escolas, com o objetivo de prevenção.
— O lixo pode até mesmo decidir a classificação nas provas de iatismo das Olimpíadas — alerta o medalhista Torben Grael, presidente do Projeto Grael.
Outro exemplo é o Instituto Reação, do ex-judoca Flávio Canto, que promove o desenvolvimento humano através do esporte. Ele ensina educação ambiental para seus 1.200 alunos nas comunidades de Cidade de Deus, Pequena Cruzada (Lagoa), Rocinha e Tubiacanga (Ilha do Governador). Lá, eles participam de mutirões para replicar em suas comunidades a importância de cuidar do lixo e de participar de ações sociais.
Acostumada a fazer campanhas nas ruas e nas areias de Copacabana, a Sociedade Amigos da Terceira Idade, também promove mutirões de limpeza.
Fonte: O GLOBO
8/6/2012
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